O historiador Aníbal doou ao museu, por exemplo, uma réplica da primeira câmera de vídeo usada em Mato Grosso, de 1907
A peça é da data de 1907 e veio diretamente da Europa, e fez parte da expedição de Marechal Rondon para a implantação de linhas teleféricas no Estado. Por meio dele, foram registrados momentos como a aproximação com os índios bororós, Inhambiquaras e Parecis. Outro exemplar semelhante só chegou ao Estado em 1910, com a inauguração do primeiro cinema.
Essas réplicas, de acordo com o diretor do Misc, Cristóvão Gonçalves, vão somar à exposição que está sendo preparada para o aniversário de 300 anos da Capital. “Estamos trabalhando nessa ação para presentear a população nesse grande marco do tricentenário. As pessoas, principalmente, os mais jovens vão poder conhecer a linha do tempo da cidade verde, desde seus primórdios até a atualidade, por meio de peças, equipamento e fotografias”, explica.
O diretor ressalta o amor de Anibal pela cidade e a importância da presença dele no Museu. “Ele é um grande parceiro, não do Misc, mas da nossa cultura. Aníbal sempre está por aqui e com uma disposição invejável, nos auxilia nas exposições, é nosso melhor guia. Então, essa figura não poderia faltar nesse marco que a cidade vive. Em nome do prefeito Emanuel Pinheiro, quero agradecê-lo pela dedicação e parceria”, declara Cristóvão.
O acervo do Misc também recebeu um aparelho de código morse, herdado de seu pai, que foi funcionário dos correios. Também foram doados o primeiro parlógrafo de Mato Grosso, datado de 1870 e um aparelho amplificador de fotografia.
“Minha vida está nisso: contar histórias e ajudar levá-las pelo tempo. Amo Cuiabá e essa gente calorosa. Então, para mim, ajudar a construir esse momento nos 300 anos da Capital, é muito emocionante, passa um filme na cabeça da gente. É não deixar a história morrer e difundi-la aos mais jovens, que estão órfãos de cultura nos dias atuais”, diz Aníbal de Alencastro.
As réplicas foram construídas pelas mãos de Aníbal, que já vem sendo um parceiro do município há anos. “Fazer essas réplicas e selecionar o acervo é uma diversão pra mim. Se essas coisas estivessem paradas na minha casa, estariam estragando, sem utilidade nenhuma. Por isso faço questão de doá-las. O Misc é nosso”, acrescentou.
A exposição também contará, por meio de fotografias, a história do futebol cuiabano e, outros temas que estão sendo debatidos pela equipe, como o Carnaval.