Estudo expõe estratégia de deputados no instagram

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Estudo expõe estratégias no Instagram de deputados bolsonaristas de MT durante as eleições de 2022

Pesquisa buscou compreender como os políticos utilizaram a plataforma para se conectar com os eleitores e fortalecer suas identidades políticas.

Um estudo publicado na última terça (09.04) na revista científica Contracampo, voltada para o campo de estudos de mídia e comunicação, analisa o uso estratégico do Instagram por parte de deputados federais eleitos por Mato Grosso em 2022, cuja comunicação digital se alinhou à imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os autores, professores Bruno Araújo, Thiago Cury, Dôuglas Ferreira e Safira Campos, membros do grupo de pesquisa Midiáticus, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMT (PPGCOM), conduziram uma investigação sobre os atributos mobilizados pelos então candidatos na construção de suas imagens públicas e seus níveis de alinhamento com o bolsonarismo.

O estudo, intitulado “Alinhamento de direita e imagem pública do bolsonarismo em contexto subnacional: a comunicação digital no Instagram de deputados alinhados a Jair Bolsonaro em Mato Grosso nas eleições de 2022” (disponível neste link), buscou compreender como esses políticos utilizaram a plataforma para se conectar com os eleitores e fortalecer suas identidades políticas.

Os pesquisadores coletaram e analisaram 1.292 postagens no Instagram, realizadas no período de 15 de agosto a 30 de outubro de 2022, selecionando as três postagens de maior engajamento por semana para cada candidato. A análise de conteúdo, revelou nuances distintas sobre a forma como esses deputados se relacionaram com o bolsonarismo em suas estratégias de comunicação.

Dos oito parlamentares federais eleitos por Mato Grosso, sete utilizaram o Instagram para se vincularem, em algum nível, à figura de Bolsonaro durante as eleições de 2022.

O estudo destaca, por exemplo, o caso de José Medeiros (PL), que fez uma campanha fortemente associada ao ex-presidente, utilizando hashtags como #Bolsonaro22 e #CapitãoDoPovo, além de ataques frequentes à esquerda e ao PT, . Outro aspecto analisado foi a estratégia de Abílio Brunini (PL).

Coronel Fernanda (PL), por sua vez, destacou-se por seu alinhamento imagético e textual com Bolsonaro, utilizando elementos nacionalistas em suas postagens. Por outro lado, Coronel Assis (União) consolida o seu alinhamento ao bolsonarismo pela perspectiva da performance policial, de acordo com os pesquisadores. “Os dados indicam que esta é uma lente, por meio da qual o candidato enxerga a realidade e a política sob a lógica binária do policial versus ladrão e do mocinho versus bandido”, destaca a pesquisa.

Em relação a Amália Barros (PL), a pesquisa indica que a parlamentar utilizou sua conta oficial do Instagram como plataforma para construir sua imagem pública durante a campanha eleitoral explorando principalmente as conexões políticas que tinha, a perspectiva ideológica de direita, sua experiência com determinadas causas políticas e suas características pessoais. “O atributo mais explorado pela parlamentar para se apresentar no Instagram é o de Apoiada por Michelle Bolsonaro, o que pode atrair eleitores que buscam essa conexão com a família presidencial”, afirmam.

No entanto, nem todos os parlamentares eleitos mantiveram um alinhamento direto com o bolsonarismo. Candidatos como Fábio Garcia (União) e Juarez Costa (MDB) optaram por uma abordagem mais distanciada, enfatizando características pessoais e ligações políticas tradicionais em suas campanhas, evitando adotar as marcas ideológicas do movimento.

Conforme os pesquisadores, os resultados do estudo fomentam outros desdobramentos não apenas sobre as estratégias de comunicação adotadas por esses políticos, mas também sobre a influência do bolsonarismo em contextos subnacionais, como em Mato Grosso, e a dinâmica da comunicação política digital na era das mídias sociais. “Com isso, esperamos contribuir para o debate sobre o bolsonarismo, o alinhamento em campanhas eleitorais em conjuntura subnacional e a comunicação digital com elementos de populismo”, afirmam.

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