O agro brasileiro alimenta o mundo, sua importância fica ainda mais evidenciada em ações como a greve dos caminhoneiros que paralisou o país ao inviabilizar que as riquezas do campo chegassem à mesa. A coletiva cruzada de braços nas estradas afetou o agro ao mesmo tempo em que deixou visível o quanto nossa produção rural é vital.
As principais reivindicações da categoria são: redução de impostos sobre o preço do óleo diesel, como PIS/Cofins e ICMS, e o fim da cobrança de pedágios dos caminhões que trafegam vazios nas rodovias federais concedidas à iniciativa privada.
Paralisações sincronizadas causaram desabastecimentos nos supermercados, em especial nos itens de frutas, legumes, leite e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário. A escassez fez com que os produtos registrem grande alta de preços
O protesto evidenciou além do preço descomedido dos combustíveis, mas o quanto a agricultura assume protagonismo em nossas vidas e na economia. Momento de reflexão e valorização do produtor e da produção rural.
61% da carga do país é transportada por rodovias, o alto valor do diesel é um dos problemas enfrentados diariamente no campo, a falta de outros modais e a má condição das estradas também oneram e deixam tortuosos os trabalhos dos que investem no setor rural.
Os Estados Unidos e a Europa combinam rodovia com ferrovia, países que foram colonizados pela Inglaterra têm esse modelo presente, já os de colonização portuguesa não investiram na malha férrea para pulverizar o transporte.
O agro sofre, mas em seu sofrimento a dor é coletiva e exterioriza o seu imensurável valor.
Um país politicamente instável que tem na democracia a liberdade de funcionar sob os efeitos de protestos faz com que os produtores, responsáveis pela estabilidade econômica do país, convivam com o frequente sentimento de instabilidade. Reflexo que o Brasil precisa rever suas prioridades do campo ao transporte, do transporte ao consumidor. O grito faz necessário para despertar o perecível silêncio.
Crédito: Pérsio Oliveira Landim, advogado, especialista em Direito Agrário, especialista em Gestão do Agronegócio, presidente da 4ª Subseção da OAB – Diamantino (MT)