“Poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia?”. Ainda refletindo sobre questionamento do poeta Emmanuel Marinho durante a abertura da Festa Literária, o Colégio Maxi ofereceu uma série de oficinas e rodas de conversas na tarde de quinta-feira (24), segundo dia do evento. Dezenas de alunos debateram sobre produção de texto literário na Internet, o processo de criação de crônicas e construção de narrativas em histórias ilustradas.
As conversas sobre crônicas foram lideradas pelo jornalista Elias Neto, um dos principais nomes da Comunicação mato-grossense. Ele acabou por quebrar a barreira que costuma encurralar escritores à condição de personagens intelectuais distantes da realidade e do dia a dia.
“Nós nunca nos comunicamos tanto. Temos redes sociais, facilidades em serviços com internet. E todos produzimos crônicas, mesmo sem saber. A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano”, afirmou o jornalista aos presentes.
Sem dúvida as crônicas possuem um papel de grande estima em meio aos mais variados gêneros de escrita. Mas a sala mais disputada pelos alunos tinha o escritor Santiago Santos como responsável. Criador do site Flash Fiction, o artista repercutiu sobre sua formação de leitor e escritor.
“Estou passando um pouco de conceituação teórica. Mostrando uma lista de autores vivos. Tudo para incentivar a produção dos alunos. Há um universo muito grande para publicação. No Brasil existe uma explosão. Tem muita gente descobrindo a literatura e querendo produzir. Quanto mais pessoas produzindo, mais pessoas poderão ler. O que quero é servir como um gatilho durante a oficina”.
A festa literária também uniu palavra e traço. Wander Antunes, criador do personagem Zózimo Barbosa, apresentou possibilidades de construção de narrativas em histórias ilustradas. O mais conhecido trabalho de Wander inspirou a série de televisão “Cidade Proibida”.
“Eu comecei aqui, vim para Cuiabá aos 14 anos. As influências mais importantes da minha vida estão aqui. Eu sempre gostei de desenhar, mas não sabia o que fazer com isso. Num determinado momento eu percebi que só poderia ser uma coisa na vida, era trabalhar com quadrinhos. Feiras literárias como a do Maxi são fundamentais quando existe um trabalho prévio. Eu, como roteirista, vou trabalhar um pouco sobre criação com eles”, afirmou Wander.
Uma das pessoas presentes na oficina de construção de narrativas em histórias ilustradas foi a aluna Ana Carolina, do 9ª ano C, ganhadora do concurso de charges desenvolvido na própria Festa Literária. “Eu sempre tive muito gosto por desenho. Pretendo estudar mais sobre isso e praticar mais”, afirmou.
Complementado a tarde de conhecimento, as oficinas e rodas de conversa contaram também com profissionais envolvidos no programa High School da Universidade de Missouri. Eles compartilharam, em língua inglesa, os fatos históricos e artísticos que ocorreram nos Estados Unidos nos anos 60.